domingo, 21 de maio de 2017

Crescer e Santificar-se

Santificar-se é como crescer. Nascemos quando fomos batizados e nos nutrimos se nos aplicamos aos meios dados por Cristo para isso: oração, penitência, sacramentos, comunidade, partilha, missão... mas crescemos e não nos damos conta disso, não percebemos os detalhes do processo, vemos apenas, quando nisto concentramos nossa atenção, o caminho trilhado e os contrastes entre nosso estado presente e algum ponto de referência que escolhemos em nossa história. Devemos cuidar, porém, porque na vida espiritual pode-se crescer ou encolher, mas o caminho é igualmente dilatado no tempo.

Há, com efeito, alimentos que nutrem mais que outros, que nos fortalecem mais que outros. Na vida espiritual o melhor alimento é a caridade, primeiro a caridade de Cristo na Penitência e na Eucaristia, depois a nossa caridade, que é, na verdade, efeito da caridade de Cristo em nós. Se vivemos pelo amor, conhecemos o coração de Deus, somos elevados às alturas de sua graça e alcançamos as baixezas que ele alcança, somos levados a nos entregar àqueles a quem ele, antes de nós, se entregou, àqueles entre os quais nos encontrávamos nós quando fomos alcançados por ele.

Deixemo-nos envolver por esse amor que é tanto maior quanto menor se faz e que é tanto mais penetrante quanto mais se faz pequeno! Sejamos sinal e instrumento da divina caridade, que penetra até o mais íntimo de nós, que discerne nossos pensamentos e desejos, nossos egoísmos e nossa mesquinhez, que nos liberta de nós mesmos e faz resplandecer o que a ele nos assemelha! A santidade está em ser para o outro. A consciência de que nossa vida é espelho de santidade para alguém nos faz vigiar com mais atenção sobre nosso estado: nossa vida já não nos pertence e o cuidado de nossa santificação é revestido de caridade e torna-se dom desde seu fundamento! Coloquemos isso em prática e seremos felizes!

“O servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes.” (Jo 13, 17)