quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O que vi


Não sei o que vi
Não vi o que sei, se senti
Se pensei o que desejei
A verdade que logo passou
Desapareceu quanto tentei
Tocá-la, alcançá-la
Qual miragem enganou-me
A visão, ilusão que criei
Do deleite tão necessário
Esperado, riqueza que então
Me saciaria, para sempre,
Eu pensava, acreditei
Enganei a mim mesmo
Minha razão eu traí
Inventando mentiras
Inventadas verdades
Que me saciariam
Mal que não vi
Do qual suspeitei
E ignorei o perigo
O risco que fingi ser
Pequeno, desprezível
Risco que não era
Nem seria jamais
Mera possibilidade
Era realidade, destino
Certo, previsível
Que não previ
Razão que traí
Não pensei, só senti
E deixei-me sentir
Deixei-me tocar
Pelo mal que toquei
Me perdi ao perder
O bem que troquei
Pelo bem que inventei
Mal disfarçado de mim