quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Glória a Deus nas alturas

Glória a Deus nas alturas
E paz ao homem na terra,
Ao menino hoje nascido.
Eis a glória do homem
Luz clara que as trevas
Não puderam vencer
Eis o cordeiro de Deus
Recém nascido em Belém
E já no altar colocado
Eis o Cristo de Deus
O Verbo que a tudo criou
Agora criado e nascido.
O eterno torna-se tempo
E o tempo em eternidade
Mistério incompreensível:
Das três pessoas divinas
Uma tomou nossa carne
Para nos fazer conhecer
De Deus a intimidade
Deus é agora menino
Homem tornado divino
Frágil e inofensivo
Deixando se aproximar
O homem, agora sem medo
Eis a glória de Deus
Lá nas alturas do céu
E cá embaixo, na terra
Paz a todo homem
Que dele se achega:
Homens de boa vontade

sábado, 8 de dezembro de 2012

Onde te escondes

Amor, onde te escondes?
Aonde foste que não te vejo
Que não te sinto aqui
Neste lugar que quisera
Fosse teu, minha alma?
Onde te escondeste?
Vejo-te longe, fora
de mim, noutra parte
Saio a procurar-te
E assim te tenho
Mas não posso possuir-te
E posso tocar-te, ver-te
Fora de mim e eu aí
Fora de mim, onde estás
E podes estar aqui
Dentro de mim
Escondido aqui

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Quase Natal

É quase Natal. A esperança aparece discretamente nos cantos de todos os lugares (ou quase todos). Há esperança lá onde costuma prevalecer o medo, a amargura, a ansiedade e as tantas preocupações que nossa modernidade nos impõe. Mas ainda é quase Natal. A esperança torna-se infinita, desobediente, alargada pelos desejos rasos que são ventilados como se foram justos, verdadeiros, duradouros. É quase Natal. Apenas quase. Temo que fique assim, como há tanto tempo está, simples repetição dos mesmos dizeres de sempre, desejos repetidos, sonhos repetidos, ilusões repetidas e, então, é Natal. Mas ainda é quase Natal, apenas quase, esperança infinita, apenas, apenas esperança. Nossos olhares miram alto enquanto cantamos, entusiasmados e vestidos de branco esperamos a próxima troca de calendário.

Então, é (quase) Natal, e o que você fez? Esqueceu-se do motivo do Natal, provavelmente. É estranho como nossa "modernidade" quer esquecer seus próprios motivos cristãos enquanto nega a cristandade, seus próprios princípios religiosos, numa auto-implosão (in)consciente. E ainda é quase Natal. Por quanto tempo ainda será quase Natal? Exilamos o Cristo no passado e num futuro que não chega, enquanto penamos em esperanças falíveis e sonhos etéreos de felicidades consumíveis. Será sempre quase Natal?