terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Agonia de Jesus

Pai nosso, criador nosso, providenciai em todas as nossas necessidades, supri o que falta às nossas forças para que te sejamos fiéis em todo tempo e jamais abandonemos a prática de Vossa santíssima vontade. Assim poderemos ver realizar-se já neste tempo o reino que dos Céus nos foi trazido por Vosso Filho, Jesus Cristo, por quem a cada dia nos alimentais a fim de que tudo isso seja possível, para maior glória de Vosso nome e bem de nossas almas. Amém.

Ave Maria, cheia de graça és e de Teu coração transpassado por aquela espada de dor pudemos aprender, nesta chaga que em Ti produziu o Amor, a sabedoria que Teu coração em tantos anos no silêncio recolheu. Abriu-se àqueles que o Cristo faria teus filhos a sede da Sabedoria, Teu Imaculado Coração.

Jesus sofre a agonia no Horto das Oliveiras e como da oliveira o fruto é esmagado, padece o Cristo sob nossos pecados, sob nossa ingratidão e indiferença. Este bendito fruto daquela oliveira santa começa a destilar o óleo que nos consagrará para sempre ao Seu Amor sempiterno e misericordioso. Deixando-se ferir pela crueldade dos homens, rega ele mesmo com Seu sangue a terra de cujo fruto comemos, começa a restauração da obra do Pai. Desfazendo agora o que fizera Eva, ofereces agora aos homens, Maria, o fruto bendito que vence o mal, que supera a morte e vence a astúcia do inimigo. A Eva que não fora enganada oferece de si o próprio fruto a todo homem e vê ser lançado na terra o pequeno grão de trigo que logo germinará, vê ser ferido o lenho verde para que os secos nele fossem enxertados e pudessem reviver.

Cristo, vislumbrando a própria morte e tomado de pavor, faz de si o sacrifício que a todos salvará e suando sangue se prepara para marcar os umbrais da morte para que aqueles que se tornassem seus irmãos da morte eterna fossem poupados e pudessem descansar em segurança nas moradas de Seu Pai, onde o anjo da morte não os poderá alcançar.

Roga por nós, Maria, para que de nossa morte as portas sejam também marcadas pelo Sangue do Santíssimo Cordeiro que tira o pecado do mundo, Teu Filho e Senhor Nosso, Jesus Cristo, que escolheu salvar-nos para que pudéssemos escolher a salvação.

Pela nova Páscoa que começa e pelo exílio que termina, sejam dadas sempre glórias ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, Trindade una e indivisa, que reina pelos séculos dos séculos. Amém.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Instituição da Santa Eucaristia

Pai Santo, o que seria de mim sem Vós, que me socorreis quando já sem esperanças pereço debaixo de minhas próprias fraquezas e culpas? Sois verdadeiramente meu Pai, porque me conheceis, cuidais de mim e providenciais para mim vossos dons em todas as minhas necessidades, concedendo-me o que preciso antes que eu o mereça, negando-me o que quero e não me convém e amparando-me em minhas decaídas tão frequentes. Sede, pois, glorificado em tudo isso que fazeis por mim todos os dias de minha vida, e que assim, livre de todo mal por Vosso glorioso poder, eu Vos possa louvar e amar por toda a eternidade.

Ave Maria Santíssima, amável virgem jovem de Nazaré, acaso poderias imaginar que tanto serias agraciada? Gostavas de estar sempre com Deus, e de fato estavas e isto te bastava, mas aprouve-lhe dar-te ser ainda mais íntima Dele do que poderias querer, foste feita mãe do Verbo e pudeste gerar em teu seio aquele que no seio do Pai fora gerado na eternidade. Tu levaste em ti mesma a alegria do universo inteiro, a salvação dos homens, a restauração de toda a criação, e permaneceste humilde, simples e silenciosa. Teu alimento era fazer a vontade do Pai e por isso permanecias quieta, cuidando daquilo que era Dele, enquanto Ele te nutria o coração.

Nasceu Jesus e continuavas ali, em silêncio. Vias o Filho de Deus crescer em estatura e graça e guardavas em teu coração tudo que vias e ouvias do menino Deus, do homem Deus, enquanto tu também lhe ensinavas e ele de algum modo também guardava no coração o que do Pai havias aprendido na intimidade e no segredo do coração divino.

Chega, enfim, o momento derradeiro, aproximava-se a plenitude dos tempos e a consumação da obra redentora já estava às portas. Teu Filho reúne, então, para despedir-se deles, os discípulos tão amados que deveriam continuar Sua missão. Antecipa-se a Páscoa, antecipa-se o sacrifício. Nas palavras cheias de mistério e amor de Jesus faz-se sacramento o que em poucas horas escandalizaria milhares de homens e mulheres. Torna-se, à Palavra de Cristo, Sua Carne e Seu Sangue o pão e o vinho naquela ceia. E não faltou o cordeiro, Jesus já ali entregava Sua Carne e Seu Sangue para que os apóstolos Dele se alimentassem: era a Páscoa do Senhor.

Podiam agora, todos, participar daquela mesma união divina que tu provaste em toda a tua vida e que naquele glorioso encontro com o anjo se fazia dom para o mundo. E tu permaneces em silêncio, feliz por ver cumprir-se a promessa do Senhor: começava o Reinado de Teu Filho no coração dos homens, e disso te alimentavas, pois fizera o Senhor em Teu favor grandes coisas e agora, como tu, todos poderiam ter em si o próprio Salvador! Por isso és bendita, Maria, por isso és cheia de Graça! És a nova Arca da Aliança, sacrário bendito do sacramento que dá vida ao mundo, bendita custódia que ostenta diante dos olhares estupefatos do mundo o próprio Senhor do universo, feito homem, feito alimento, feito íntimo dos homens.

Roga por nós, Maria, a fim de que amparados por tua intercessão sejamos sempre fiéis ao desejo do Cristo para que em nós o fogo que Ele veio trazer ao mundo esteja sempre aceso e se possa espalhar por toda parte, até que todos os homens se inflamem do amor de Deus e todos juntos o adoremos na eternidade feliz. Assim seja.

Por tão grandioso mistério sejam sempre dadas, por nossas palavras e por nossa vida, glórias ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Transfiguração

Pai Santo, criador nosso, misericordioso companheiro e zelador de nossas pobres almas, confortai-nos com Vossa adorável presença e salutar conselho em nossas indecisões. Sede-nos propício em nossas necessidades e favorecei-nos com os dons de Vossa piedade, sobretudo a mansidão e a fortaleza que somente alcançam aqueles que a Vós se confiam. Restaurai-nos segundo a imagem de Vosso diletíssimo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, para que se veja em nós Vossa imagem e sejamos homens e mulheres segundo a Vossa semelhança. Assim serás em nós glorificado agora e para sempre, como no princípio.

Ave Santíssima, puríssimo sacrário e guarda do mais precioso tesouro do universo, em ti quis o Verbo do Pai habitar e velar Sua glória sob a tua humanidade. Escondeu-se no lar de Belém e deixou-se cuidar por ti Aquele que sustenta todas as coisas, e tu, pobre e simples, foste o mais excelente dos vasos de barro, o único que mereceu trazer em si o mais rico e o mais humilde de todos os tesouros da terra e do céu. Por isso convinha que fosses pobre e simples, e o foste do modo mais perfeito possível. Mereceste isso por nós e aceitando o divino apelo deixaste que por ti se fizesse carne aquele que mais tarde se faria nosso alimento. Da tua excelência, ó Vaso espiritual, Vaso honorífico, Vaso insigne de devoção, imitamos o exemplo os que fomos feitos filhos teus e podemos trazer em nós também, pela Sagrada Comunhão, o Verbo feito carne.

No tabor quis Pedro fazer tendas para ficar ali com Jesus, Moisés e Elias, enquanto tu tiveste a graça de morar com Ele antes que o mundo o conhecesse, de saber-se agraciada com a vinda do tão esperado Salvador e conviver com aquele segredo, de glórias tão cheio e ao mesmo tempo vazio de todas elas, o Criador feito criatura para alcançar a criatura ferida para que para sempre não se perdesse. Preservada tu foste de todo pecado para mereceres receber dom tão Sagrado e naquele princípio foste tu a glória que anos mais tarde Pedro, Tiago e João veriam naquele monte.

Feliz és tu, Maria, pelas glórias que te deu Jesus, e porque Dele és tão íntima, pede por nós como quer Seu divino coração e alcança-nos a salvação no fim de tudo. Se a ti amamos somos felizes assim, podemos invocar-te na morte e ter segura a vida sem fim, no céu, amém.

Sejam por tudo isso dadas sempre glórias ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre, amém.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Convertei-vos e crede no Evangelho

Pai Nosso, estás no Céu e estás também na terra, no coração daqueles que Te amam e querem amar. Por isso, Pai Santo, faze que Teu nome seja em nossa vida reconhecido como Santo, Santo, Santo, instruindo-nos em todos os nossos atos a agirmos de acordo com Teu plano de santidade, traçado para nós de toda a eternidade, a fim de que sejamos semelhantes a Ti e em nós os homens Te reconheçam, vendo em nós também a tua imagem.

Ave Maria, cheia de graça, verdadeiramente podes ser chamada mãe de Deus, és a mãe de Jesus, aquela que mais perfeitamente cumpriu as palavras do Cristo. De fato, elogiando Jesus aqueles que cumpriam Sua palavra e chamando-os familiares Seus elogiava também a Ti, Senhora pura, santa e imaculada! Jesus anuncia Seu reino que já era realizado por ti e em ti, doce Mãe de Deus, cada vez que dizias sim à vontade do Senhor, e sempre dizias sim. Eis a perfeita cumpridora da Palavra, eis a quem devem imitar aqueles que desejam converter-se ao seguimento de Jesus. Se não fosse verdadeira tua permanente fidelidade, porque te chamariam de bendita todas as gerações? Grandes coisas fez o Senhor em teu favor e por ti em favor da humanidade inteira, e por Cristo foste preservada do pecado deste a tua criação até o fim de tua missão, perfeito sacrário do Santo dos santos. Levaste o próprio Deus em teu seio, por uns poucos meses, mas por toda vida o tiveste em teu coração, e por isso És cheia de graça.

Converte-nos, mãe Santíssima, abre nossos olhos para que contemplemos as maravilhas do Senhor realizadas em nossa vida e ao nosso redor e nos voltemos para Ele o quanto antes, para que a morte não nos surpreenda fora do Reino de teu Filho, Jesus Cristo, que com o Pai reina na unidade do Espírito Santo. Sejam assim dadas glórias ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito, como era no princípio, agora, em toda a nossa vida e sempre. Amém.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O primeiro milagre

Pai, quero dar-Te a cada dia meu louvor, oferecer-te a cada instante minhas palavras e sentimentos, atos e pensamentos, singela oferta que Te faço, sem no entanto poder retribuir-Te todas as graças que me fazes. Dás-me a cada dia o pão de que preciso mesmo antes que te peça, mas mandas que eu Te peça para educar meu coração e ensinar-me que só posso depender de Teu favor. Ensina-me também a ter em mim misericórdia e compaixão, a perdoar aos que me ofendem para poder gozar de Teu perdão, de Teu favor.

Ave Maria, és verdadeiramente cheia de graça e gozas plenamente do favor do Pai, que a ti enviou o Espírito para conceberes Seu Filho. Estás de tal modo unida ao nosso Deus que um pedido Teu moveu o Seu querer divino em favor daqueles noivos já aflitos pelo vinho que faltava. Não hesitaste em apontar àqueles homens que serviam naquela ocasião a vontade de Teu Filho, bem conhecias aquele coração que viste crescer e sabias bem que Ele, como tu, se compadecia dos aflitos e lhes queria dar alívio. Sequer pediste um milagre ao Teu Jesus, mas logo te voltaste aos serventes mandando que fizessem tudo aquilo que Teu Filho lhes mandasse. Tu moveste a fé daqueles homens, voltaste-lhes os olhos para Jesus e de novo te escondeste, discretamente sorrindo pelo encontro que causaste.

Era tua missão trazer ao mundo o Salvador e agora ao mundo também o apresentas. Fazei tudo o que Ele vos disser, disseste àqueles servos e hoje também a nós, é Ele vosso Senhor, a Ele só deveis obedecer, nos dizes tu. Ajuda-nos, então, mãe Maria, a fim de que sejamos dignos nas promessas de Teu Filho, Senhor Nosso; roga por nós sobretudo na hora de nossa morte para que os temores daquela hora não nos façam perder a fé que por Teu conselho em nós cresceu.

Sejam por isso dadas ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo glórias, louvores, cantos e sacrifícios espirituais, à Trindade seja agradável nossa vida, todos os dias, até que se eternize o nosso louvor.