terça-feira, 26 de julho de 2011

Jesus é batizado

Pai Nosso, de nós quisestes fazer uma só família em Vosso Filho Jesus, que do céu desceu para resgatar-nos e levar-nos também ao Céu, onde estais, de onde nos chamais, de onde os bens devemos desejar apenas. Seja glorificado Vosso santo nome em nossa vida enquanto Vos celebramos pelas virtudes com que nos quisestes adornar. Sede sempre o nosso amparo, nosso sustento, guardando-nos sempre do perigo de perder-Vos para sempre. Assim seja.

Ave Maria, cheia de graça és porque concebeste o Salvador, aquele em quem habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2, 9). A este menino que um dia apresentaste ao Senhor o Batista também agora apresenta a Deus, batizando-O como se ele também precisasse de conversão. Fá-lo, porém, não para purificá-lo de algum pecado, mas já prenunciando o que Dele se diria mais tarde: "aquele que não conhecia pecado foi feito pecado por nós." (2Cor 5, 21). Se aquele primeiro mistério não entendias, tampouco entendes agora, Maria. De novo o apresentas ao Senhor, mas agora o deixas partir. Começa o tempo de anunciar. Vês agora ao longe teu pequenino, já crescido, e o continuas escutando, discretamente, guardando em teu coração as palavras deste que possui todo o agrado de Deus. Fora confiado a ti este menino, e nele também tu puseste todo teu agrado, e o teu agrado é agora vê-lo partir levando a felicidade que encontrou teu coração já naquele encontro com o arcanjo. Feliz dia, glorioso dia, é agora apresentado ao mundo o Filho da Virgem Maria, vero Filho do Homem, vero Filho de Deus!

Santa Maria, mãe de Deus, roga por nós, cuida de nós, para que sejamos dignos das promessas de Cristo, feitas a quem quisesse segui-lo, para que não nos desviemos do caminho que nos propusemos seguir, o mesmo caminho escolhido por Cristo. Poderemos beber do mesmo cálice que Ele bebeu? Poderemos permanecer fiéis até a hora de nossa morte e, passada aquela hora, sermos contados entre os eleitos? Com tua ajuda, Maria, certamente poderemos. Roga por nós, sê para Jesus a nossa prece permanente. Amém.

Ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo louvemos e exaltemos pelos séculos sem fim! Bendito sois, Senhor, no firmamento dos céus! Sois digno de louvor e de glória eternamente!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Jesus, perdido e re-encontrado

Pai nosso, olhai benigno para vossos filhos, homens e mulheres que tão facilmente se perdem do caminho onde lhes pusestes pela mão de Vosso Filho diletíssimo. Adotados fomos por Vós pela obra de redenção operada por Vosso amado Filho, quando pelo batismo morremos com Cristo e nele também ressuscitamos. Como irmãos vos pedimos, por nós e por todos os outros que conosco agora não rezam, alcançai-nos por Vossa misericórdia, cumulai-nos de Vossos dons, saciai-nos com o alimento que nos vem do alto a cada dia, dai-nos sempre ouvir, como ao pé do ouvido, Vosso Filho a dizer-nos: “tomai e comei, isto é o meu Corpo; tomai e bebei, isto é o meu Sangue” e, ao ouvi-lo, dai-nos as disposições convenientes para a cada dia obedecê-lo. Dai-nos, Vosso pão, dai-nos vosso perdão, dai-nos a Vossa Salvação.

Ave Maria, se assim saudou-te o anjo naquele dia com que razão me calaria? Não posso desdizer o que disse aquele mensageiro, que palavra não poderia trazer nos lábios senão o que pelo próprio Deus lhe fora ordenado, e assim te saudou, Ave Maria, plena de graça, o Senhor é contigo. Assim tu és, bendita Maria, és com Deus, és para Deus.

Com quanta dor deves ter corrido de volta a Jerusalém – três dias haviam passado – quando não encontraste Jesus ao voltares para casa com José! Para ti era como morrer, deixar perder-se teu filho querido, o Filho de Deus, mas ali também agia a mão da Providência que queria ensinar-te um pouco mais e dar-te um tanto mais de alegria pelo santo que de ti nascera. Certo é que não entendias, e sequer poderias, crias apenas no que o anjo dissera: o menino será santo, chamado Filho do Altíssimo, reinará para sempre sobre o povo escolhido. Quanta alegria e alívio quando o viste ali entre os doutores, quanta surpresa ao vê-lo discutindo com eles! Aparecia já a sabedora que superava Salomão, autoridade maior que aquela dada a Jonas. Na resposta à tua angústia mais um mistério te foi dito, “não sabeis que devo cuidar das coisas de meu pai?”, disse teu filho, mas ele logo levantou-se e despediu-se dos doutores, seguindo caminho ao lado teu. Aquele mistério guardaste no coração e mais tarde entenderias o que já o anjo dizia de ti. Ave, tu que tens o favor de Deus, encontraste graça diante d’Ele. Porque humildemente em tudo lhe obedecias recebeste em teu ventre Jesus e assim também o encontras no templo, o menino Deus que de ti segue o exemplo. “Não sabeis que devo cuidar das coisas de meu pai?”, disse Jesus, e no olhar a gratidão que dizia ao teu coração: “Mulher, assim tu me ensinaste, assim devo viver, fazendo tudo o que o Pai me ordenar.”

Roga, portanto, por nós que somos teus filhos, Maria, e enquanto nos achegamos ao teu coração ensina-nos também a nós a cuidar das coisas de nosso Pai que está no Céu. Ajuda-nos, Ave cheia de graça, para que a morte nos faça como tu e Deus para sempre seja conosco também. Demos glória a Deus Pai onipotente e a seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso, e ao Espírito que habita em nosso peito, pelos séculos dos séculos. Amém.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Jesus é apresentado no templo

Pai Santo e diletíssimo, Senhor do Céu e da terra, criador do mundo e providente conselheiro dos humildes, solícito ajudador de quem em Vós confia, pródigo dispensador de Santos Dons aos desmerecedores, ouvi solícito a prece que ora faço e prova Vossa misericórdia pela confiança que Vós mesmo me inspirais enquanto rezo. Concedei-me como alimento Vossa Palavra, Vossa Sabedoria, pão diário de que carece a natureza, livrai-me do que me faria perecer e guardai-me puro para no fim poder entrar em Vossa casa e convosco viver na eternidade, onde não há sombra de variação que possa ameaçar nossa união, que então será perfeita como desde o princípio desejais.

Mãe Santa, casta e pobre virgem, humilde serva de um Deus que quis tornar-se filho daquela que se declarara Sua escrava, tua humildade te faz a mais digna de todas as criaturas, a mais perfeita, por ela mereceste ter em teus braços aquele que a tudo sustenta em Suas mãos. Grande mistério é neste dia este teu gesto de solícita obediência à ordem do Senhor, que um dia te pedira que acolhesses em teu seio o verbo eterno e agora pede que apresentes a Ele mesmo o fruto de teu consentimento. Ave, virgem puríssima, feita pura pelo rebento que em teu seio se formou e que agora apresentas a Deus Pai, glorioso menino que merecia uma mãe com uma dignidade como a tua, pura como só Ele mesmo poderia ser, pura por tua humildade, pura por tua simplicidade, pura por não trazeres a mancha que a outros em teu lugar tornaria soberbos. Pura, porque assim Deus te quis para em ti poder habitar.

Por tua virginal pureza e tua inabalável união com Deus nada queres que não seja querido pelo filho que trazes nos braços, vero Filho de teu Deus a quem agora o apresentas como teu querido filho, querido por Deus para ti e para todos seus fiéis. E porque queres tudo quanto quer o próprio Deus, pede para mim a graça que ora peço, sede meu auxílio oportuno em toda prece que faço e que calo, sede para mim a prece incessante que minha fraqueza não permite que eu sustente, até que na morte se calem as fraquezas e permaneça em mim, por teu favor, somente a graça do Senhor que plenamente em ti quis habitar.

Sejam por tudo isso dadas sempre glórias a Deus Pai, ao Seu Filho que menino quis nascer e ao Santo Espírito que à virgem envolveu com Sua sombra para que se fizesse carne o Verbo, por todos os séculos do séculos, amém.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Nasce Jesus

Pai, quisera encontrar um tempo, um espaço dentro de mim mesmo para encontrar-te sozinho, tu e eu, para poder ser sem a intromissão dos meus medos, sem os gritos de desespero de meu passado frustrado que por tanto tempo sobreviveu e que por isso não pôde ainda ressuscitar. Encontra-me nesta hora assim, Pai, e dá-me a Tua vontade como alimento, santifica-me com Tua simples presença que a toda sombra dissipa e vence os inimigos teus que ainda vivem no meu coração.

Maria, mãe dentre todas bendita, doce flor que adorna o deserto da vida e tão doce fruto nos dá! Dá-me nesta hora partilhar um pouco da alegria do teu coração naquela hora, bendita hora, em que davas à luz à própria Luz, em que teu silêncio fez memória do princípio e de novo a Luz se fez à voz de Deus que assim ordenara. Fez-se carne o Verbo Eterno que agora nasce, desce à terra em teu silêncio a voz que a tudo deu início, chora a criança, ouve-se o criador, pequeno rebento de homem, do Pai único filho.

Canta teu coração enquanto cala tua voz, nada querias dizer, nem poderias, podias apenas olhar e sorrir ao ver em teus braços a esperança do mundo, de teu povo, de teu coração! Por isso és bendita, Maria, porque disseste sim à salvação do mundo inteiro!

Mãe Santíssima, que de tão íntima de Deus não podes querer o que Ele não quer, dá-me da parte de Cristo uma humildade como a tua, um silêncio como o teu, um coração como o teu. Quero acolher Jesus dentro de mim, como tu, ouvir a Deus, como tu, guardar tudo dentro do coração, como tu, para fazer tudo o que Ele disser, como tu. Seja assim até à morte, assim seja.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo desde agora e para sempre, ao Deus que é, que era e que vem, pelos séculos. Amém.