segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Silêncio de Deus

O silêncio de Deus é alimento para a humildade que precisamos cultivar. Nossa alma sempre precisa de tempos de purificação, e as oscilações de ânimo e sentimentos que somos obrigados a suportar são como a sucessão dos tempos litúrgicos, caminho de salvação à imagem daquele empenhado pelo povo na Antiga Aliança.

O que Deus pretende deixando-nos suportar duríssimas penas sem o consolo de Suas promessas e de Seu cuidado sensível? Ele pretende dar-nos liberdade, porque devemos escolhê-lo por Ele mesmo, não por virem Dele os melhores presentes. Ele certamente sabe das nossas mais profundas necessidades, e por isso nos nega muito do que queremos, concedendo-nos viver no deserto por algum tempo, para inscrever mais profundamente em nosso coração a confiança na eternidade de Sua Palavra, que não precisa ser reiterada quantas vezes quisermos, mas deve, sim, ser sempre acreditada.

Acreditamos em Deus? Confiemos em suas promessas. Quem pode determinar prazos para que Deus cumpra o que prometeu? Deus não prometeu àqueles que pedem qualquer coisa em Seu nome que seriam atendidos imediatamente, mas apenas que seriam atendidos. Que importa se a consolação venha somente na morte, se a ela de qualquer modo chegaremos, e das aflições desse mundo poderemos levar os méritos? Soframos, pois, para merecermos mais.