terça-feira, 1 de agosto de 2006

Silenciai...

Nos últimos dias tenho pensado muito em Maria. Mulher decidida, humilde, fiel. Não faltam motivos para elogiar aquela a quem Deus tanto amou e em quem "o Senhor fez maravilhas".

Maria nos ensina a silenciar, a calar, a ouvir. Muitas palavras não tornam um homem virtuoso. Quantas vezes há em mim o vil desejo de ser louvado pelos homens por aquilo que eu falo ou faço. Quisera eu ser humilde, a ponto de não atribuir a mim nenhum bem que "faço", mas ao Senhor! Maria viveu assim. Maria é assim. A humildade é uma de suas virtudes mais notáveis, como deve ser também em nós.

No silêncio nos encontramos e nos encontramos com Deus. No silêncio podemos contemplar nossa vida, nossa história, e ouvir as doces palavras de Deus. No silêncio podemos nos recolher totalmente à presença de Deus e aí descansar.

Como Maria silenciou, silencies tu também, ó minh'alma, para que te encontres comteu Deus e Nele encontres a paz que tanto desejas.


"Tarde te amei, ó beleza antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas de tuas criaturas. Estavas comigo, mas eu não estava contigo. Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti não existissem. Tu me chamaste, e teu grito rompeu minha surdez. Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou a minha cegueira. Espargiste tua fragrância e, respirando-a, suspirei por ti. Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti. Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz." (Santo Agostinho)